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domingo, 1 de julho de 2012

Duas dores de Amor ♥


Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a
relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se
acostumar com a ausência do outro,
com a sensação de perda, de rejeição e
com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a
vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física
Dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa,
começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração,
de remover a saudade, de ficar livre,
sem sentimento especial por aquela pessoa.
Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta,
não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído,
tornou-se um souvenir,
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável,
é uma sensação à qual
a gente se apega.
Faz parte de nós.
Queremos, logicamente,
voltar a ser alegres e disponíveis,
mas para isso é preciso abrir mão de
algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente,
e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível.
Talvez, por isso, costuma durar mais do
que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita.
É uma dor que nos confunde.
Parece ser aquela mesma dor primeira,
mas já é outra.
A pessoa que nos deixou já não
nos interessa mais, mas interessa o
amor que sentíamos por
ela, aquele amor que nos
justificava como seres humanos,
que nos colocava dentro das
estatísticas: “Eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é
despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou,
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de
dentro da gente…
E só então a gente poderá amar, de novo.