♫♫♫
Estava desgastado,
arranhado...
E o leiloeiro achou que
valia muito pouco,
desperdiçar seu tempo com
velho violino.
Mas o segurou sorrindo.
- Quanto eu valho, boa gente - gritou, como se fosse o
violino.
- Quem começará a ofertar por mim?
- Um dólar, um
dólar... Ouvi dois?
Dois dólares, quem dá três?
Dois dólares, dou-lhe uma, três dólares, dou-lhe uma...
Três dólares, fechado...
Mas não!
Do fundo do salão
um
homem de barbas grisalhas aproximou-se, pega o objeto,
soprando do violino a poeira.
E afinou-lhe as cordas.
Ele tocou uma
melodia,
pura e doce, tão doce quanto o cantar do anjo.
A música cessou, e o leiloeiro, com uma voz tranquila,
diz baixinho.
- Quanto dou agora
por este velho violino?
- enquanto o segurava ao alto.
- Mil? Um mil, ou
ouvi dois?
Dois mil, alguém oferece três?
Três mil, dou-lhe uma,
três mil dou-lhe duas.
- Fechado - disse ele.
A audiência
aplaudiu,
mas alguns gritaram:
- Não entendemos bem. O que mudou o seu valor?
Num átimo chega a
resposta:
- O toque das mãos do mestre.