Entre o sono e o sonho,
entre mim e o que em mim é o
quem eu me suponho,
corre um rio sem fim”.
Fernando Pessoa, inspirado poeta,
leitor sensível da alma humana,
pode traduzir com sutileza o
desafio de cada existência.
Onde se dará nosso despertar de compreensão?
Vamos de crises em crises,
aprendendo aos tropeços,
sofrendo de ansiedade,
estresse e cansaço.
É preciso compreender que não é a crise que nos encontra,
somos nós que a produzimos.
Isso se dá porque não fluímos bem nos movimentos da mudança,
nesse rio sem fim, que costumamos chamar de vida.
A mudança é o ritmo no qual o mundo caminha e só
há um jeito de se dar bem com ela, aprendendo a mudar também.
O maior paradoxo, a contradição mais coerente da mudança
é que é preciso mudar para ser quem se é.
É preciso deixar de ser quem não somos,
de fazer o que não queremos e viver o que não gostamos.
Se olharmos atentamente nossa realidade,
vamos perceber que muitas coisas em nosso
dia a dia se encaixam nessa definição
que é contrária à nossa natureza.
É urgente nos armarmos de coragem e
irmos a busca de nós mesmos.
É prioritário definir o que vamos fazer com o
tempo que nos foi dado.
É fundamental acordarmos do sono ilusório da realidade
para vivermos na prática o sonho que nos comove.
A crise é apenas um sinal na estrada dizendo que é
hora de rever o caminho.
Vá em busca de si mesmo e não tenha
medo dos desafios e das incertezas,
pois as asas só aparecem quando o chão desaparece.
Dulce Magalhães