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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Janela com Vista ☼

Dois homens, seriamente doentes, 
ocupavam o mesmo quarto em um hospital.
Um deles era obrigado a 
ficar sentado na  cama durante uma 
hora todas as tardes para drenar líquido
dos pulmões. 
Sua cama ficava próxima da única janela existente no quarto.


O outro só podia ficar
deitado de bruços. 
Eles conversavam muito. 
Falavam sobre suas mulheres e suas famílias, suas
casas, seus empregos, seu envolvimento com o serviço militar, 
onde eles costumavam ir passar férias.
Todas as tardes, quando o homem perto da janela podia sentar-se, passava todo o tempo
descrevendo ao seu companheiro todas as coisas que podia ver através da janela.
O homem na outra cama começou a esperar por esse período onde seu mundo era ampliado e animado 
pelas descrições do companheiro. Ele ouvia o outro contar que da janela via-se um parque
com um lago muito bonito. Patos e cisnes brincavam na água enquanto as crianças navegavam seus
pequenos barcos. Jovens namorados andavam de braços dados no meio das flores, que eram de
todas as cores do arco-íris. Grandes e velhas árvores cheias de elegância na paisagem, e uma fina
linha podia ser vista no céu da cidade.
Quando o homem perto da janela fazia suas descrições, fazia-o de modo primoroso e delicado, com
detalhes. O outro fechava os olhos e imaginava a cena pitoresca. Numa tarde quente, o homem
perto da janela descreveu que havia um desfile na rua e embora ele não pudesse escutar a música,
podia ver e descrevia tudo.
Dias e semanas passaram-se. 
Em uma manhã a enfermeira do dia 
chegou trazendo água para o
banho dos dois homens, mas achou um deles morto. 
O homem que ficava perto da janela morreu
pacificamente durante o sono, à noite. 
Entristecida, chamou os colegas para levarem o corpo.
O outro homem pediu à enfermeira que mudasse sua cama para perto da janela e a enfermeira ficou
feliz em poder fazer-lhe esse pequeno favor. 
Depois de verificar que ele estava 
confortável deixou-o sozinho.
Vagarosamente, pacientemente, ele apoiou-se nos cotovelos para conseguir olhar pela primeira vez
pela janela. Finalmente, ele poderia ver tudo por si mesmo. Esticou-se ao máximo, lutou contra a
dor para poder olhar através da janela, até que conseguiu fazê-lo.
E deparou-se, surpreso, com... um muro branco.
Confuso, perguntou à enfermeira o que teria levado seu companheiro a descrever-lhe tantas coisas
tão belas, todos os dias, se pela janela só se via um muro branco!?
O outro homem era cego. 
Talvez só quisesse distrair e alegrar o 
companheiro com suas histórias.
Há uma tremenda alegria em fazer outras pessoas felizes, independentemente de nossa situação
atual. Dividir problemas e pesares é ter metade de uma aflição, 
mas felicidade quando
compartilhada, é ter o dobro de felicidade. 
Sempre que quiser sentir-se rico, conte as suas bênçãos...
Hoje é um Presente e é por isso que o chamamos assim.